domingo, 14 de dezembro de 2008

Primeira atividade : Reconhecendo sujeitos históricos

Fonte a ser trabalhada: Documentos da administração de Belo Horizonte

Duração: 1 a 2 aulas


Objetivo:
Trabalhar a temática dos possíveis sujeitos históricos a partir das fontes oficiais.

Introdução: As fontes selecionadas são provenientes do Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte, e dizem respeito à ação do poder público nos anos de 1996 e 1986 em relação às pessoas de “baixa renda” ou que de alguma forma eram vistas como carentes e por isso precisam receber assistência governamental.
A utilização dos documentos será no sentido de despertar nos alunos a percepção que mesmo em um documento oficial é possível encontrar a ação e a presença de múltiplos sujeitos históricos.

Sugestões: É possível que o professor interessado em ministrar as aulas pesquise documentos semelhantes em sua cidade ou região para trabalhar com a temática utilizando-se de uma documentação mais próxima dos alunos. Por exemplo, um professor da cidade de São Paulo, poderá adaptar, sem maiores dificuldades, as atividades que serão apresentadas a seguir por documentos próprios do poder público desta cidade, respeitando, obviamente, as particularidades de cada documento. É possível até que o professor leve seus alunos a um arquivo para que eles procurem fontes oficiais que de mostrem a ação do poder público.

Documento 1:
Relatório da Prefeitura de Belo Horizonte.
Ano:1996
Prefeito: Célio de Castro
Cap. 6: Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social. (p.g30)

A construção de políticas públicas de assistência social capazes de despertar as populações mais desprotegidas para o exercício da cidadania foi a tônica dos trabalhos da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS). Em todas as áreas de intervenção a qualidade dos serviços prestados à população e a garantia de seus direitos fundamentais foram dois grandes objetivos. Criança e adolescente tiveram atenção especial, como prioridade de governo.
Fundamentado esse trabalho, procurou-se fortalecer o conceito de assistência social como dever do poder público e direito de cidadania.
Definiu-se uma política para a infância e a adolescência, subdividida na política de parceria com as creches comunitárias, no programa que garante suporte extra-escolar à faixa etária de 7 a 14 anos e no programa de atendimento aos meninos e meninas de rua, todos os três pautados na garantia dos direitos fundamentais da infância e adolescência.
Trabalhou-se, igualmente, na construção de uma política voltada para a população de rua, até então não reconhecida como um segmento para a assistência social pública, defendendo-se ainda uma política voltada para a integração dos idosos à comunidade. Investiu-se também nos Cetros de Apoio Comunitários (CACs) como espaço de participação popular; na construção da cidadania das pessoas portadoras de deficiência, na geração de trabalho e renda; no reconhecimento e apoio ao trabalhador do mercado informal.

Documento 2:
Relatório da Prefeitura de Belo Horizonte.
Ano:1986
Prefeito: não informado
Cap. 10: Secretaria municipal de ação comunitária.

A SMAC, que tem como objetivo realizar programas e projetos, gerais e específicos, relacionados com o público de baixa renda do município, desenvolveu durante o ano de 1986, intensa atividade, procurando alcançar tal objetivo.
Através da construção de diversas Casas Embriões no bairro Mariano de Abreu, destinadas às pessoas desabrigadas pelas enchentes do ribeirão Arrudas e, com a realização de um convênio entre a PBH e AMABEL (Associação dos moradores de aluguel de BH), objetivando promover a habitação popular pelo sistema de auto-ajuda (mutirões habitacionais) a SMAC procurou amenizar o problema habitacional, que tem sido de grande significação para a população de baixa renda.
Desenvolveu-se ainda o programa COM-LUZ, em que estão conveniadas a PBH, a CEMIG, a SETAS, a SEME e a URBEL, com a finalidade de levar a rede elétrica até as favelas de Belo Horizonte, as quais foram cadastradas em grande parte.

FONTE: Arquivo Público da Cidade de Belo Horizonte.

Descrição da atividade:

1º momento: Depois de selecionadas as fontes, o professor deverá, inicialmente, trabalhar com a idéia do sujeito histórico, ou seja, de que alguém realiza as ações que compõe a história. Uma vez consolidado esse conceito, iniciar a exposição sobre o sujeito oficial, o mesmo que produziu a documentação selecionada (no caso o poder público). Para isso, é preciso que o professor explique detalhadamente os documentos, da forma mais simples possível, para que os alunos compreendam bem o conteúdo dos mesmos. O professor poderá, por exemplo, abordar o contexto no qual foram produzidos os documentos, enfocando, sempre que possível, as atividades do poder público enquanto produtor da história.

2º momento: Depois de apresentado o sujeito histórico oficial, o professor poderá, juntamente com os alunos, buscar os outros sujeitos presentes no documento. Para iniciar as discussões o professor poderá fazer para os alunos perguntas como:
a) Você reconhece algum outro tipo de sujeito histórico nesses documentos além do sujeito oficial que demonstrei?

3º momento:
Diante da resposta dos alunos o professor poderá explorar, nos documentos, a presença dos outros sujeitos históricos.
No caso do Documento 1 pode se trabalhar com os moradores de rua, que não eram reconhecidos entre os necessitados de assistência pública. Nesse sentido, o professor poderá perguntar:
b) Em sua opinião, os moradores de rua são sujeitos da história?
c) Se você fosse prefeito, que medidas tomaria para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas?

O objetivo dessas perguntas é despertar no aluno a percepção de que não só o “grande sujeito” tem vez e relevância na história.

O Documento 2 pode ser trabalhado, após a exposição feita pelo professor do sujeito histórico oficial e do trabalho com o Documento 1, a partir, por exemplo, da seguinte questão:

d) Além do sujeito oficial, produtor desse texto, qual ou quais outros sujeitos históricos você reconhece nesse documento?

Resultados esperados e avaliações:
As respostas dos alunos devem variar, já que são variados os sujeitos históricos presentes nos documentos, por isso o professor não deve delimitar uma resposta correta muito restrita, pelo contrário, é recomendado que ela seja ampla e leve em consideração as diferentes percepções dos alunos.
Nessa atividade o aluno não realiza nenhuma atividade avaliativa específica mas, sua participação e sua compreensão devem ser consideradas para a avaliação final ou nota fina, caso ela exista.

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